quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A estrela da morte

Os dinossauros desapareceram da face da Terra há 65 milhões de anos, num piscar de olho geológico. Cerca de 165 milhões de anos antes disso, os dinossauros foram a espécie predominante na terra, no mar e no ar.

Há muitos anos, paleontólogos apreciam o desaparecimento dessa espécie animal, propondo como suspeita mais provável as mudanças abruptas no clima da Terra.

Mas o que causou essas mudanças catastróficas? Uma alteração gradativa da atmosfera ou do meio ambiente teria permitido que os dinossauros tivessem tempo mais que suficiente para se adaptar.

A primeira pista de um castigo cósmico veio da colaboração de uma equipe científica composta por pai e filho, no campus da Universidade da Califórnia em Berkeley. O geólogo Walter Alvarez estivera estudando depósitos de matérias transportadas ou solidificadas nas proximidades de Gubbio, Itália, em 1977, quando descobriu uma jazida de sedimentos ricos em irídio, um metal raro, do mesmo grupo da platina, que normalmente não é encontrado na crosta terrestre.

Seu pai, Luis Alvarez, vencedor de um Prêmio Nobel de Física, sugeriu uma explicação: um gigantesco objeto extraterrestre, talvez um cometa ou asteróide, teria se chocado contra a Terra e espalhado uma imensa quantidade de fragmentos, fazendo "chover" uma camada de irídio. Fósseis na argila em que o jovem Alvarez encontrou o irídio datam o depósito de 65 milhões de anos, exatamente a época da extinção dos grandes dinossauros.

No entanto, outras extinções em massa parecem ocorrer periodicamente a cada 26 milhões de anos, com uma diferença para menos ou para mais de alguns milênios. Poderia algum ciclo cósmico periódico ser o responsável por extinções tão abrangentes, inclusive a que eliminou de nosso planeta o Tyrannosaurus rex e seus parentes?

Alguns cientistas acham que sim. Em 1984, o astrofísico Richard Muller e o astrônomo Marc Davis, ambos de Berkeley, juntamente com outro astrônomo, Piet Hut, do Instituto de Estudos Adiantados de Princeton, propuseram a existência de um companheiro solar conhecido pelo nome de Estrela da Morte, ou O Castigo Merecido, que circula nosso Sol uma vez a cada 26 ou 30 milhões de anos. Quando se aproxima do sistema solar, o campo gravitacional da Estrela da Morte pode deslocar asteróides em sua órbita ou arrastar cometas em seu rastro, fazendo com que eles colidam com a superfície da Terra.

Se essa hipótese for verdadeira, nosso Sol e a Estrela da Morte estariam vinculados a um sistema binário. Na verdade, muitas estrelas em nossa galáxia são binárias, mas não conhecemos nenhuma que tenha períodos tão longos de revolução. Suas órbitas são normalmente medidas em semanas ou meses. Além disso, qualquer estrela companheira de nosso Sol seria prontamente visível. Muller acredita que a Estrela da Morte pode ser uma pequena estrela vermelha, o que dificultaria muito mais sua detecção. Períodos mais longos de revolução entre sistemas binários podem ser uma coisa comum também, segundo Muller. Nós ainda não fomos capazes de reconhecê-los pelo que são por causa de suas órbitas extremas.

Uma equipe de astrônomos liderada por Muller já eliminou um grande número de estrelas visíveis do hemisfério norte, classificando apenas 3 mil candidatas. Se a Estrela da Morte não for encontrada entre essas, de acordo com Muller, eles voltarão sua atenção para as estrelas do hemisfério sul.

Nesse meio tempo, não precisamos ficar preocupados com a possibilidade de a Estrela da Morte pairar sobre nós. Os cálculos atuais colocam-na no ponto mais distante de sua órbita, o que significa que ela só voltará dentro de uns 10 ou 13 milhões de anos.
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Fonte: O Livro Dos Fenômenos Estranhos - Charles Berlitz

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