sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Adivinhação

Quiromancia
Adivinhação é o nome genérico para um enorme conjunto de técnicas mágicas destinadas a prever ou descobrir o futuro ou outros fatos desconhecidos. A adivinhação é praticada desde os tempos mais remotos até o presente imediato. Existe em todas as culturas, e em todos os níveis intelectuais. Assumiu uma grande variedade de formas.

No século XI antes de Cristo (I Samuel 2,8,3), Saul proibiu a adivinhação pela necromancia. Todos os tipos de adivinhos, inclusive os intérpretes de sonhos, feiticeiros, necromantes, foram condenados pelos maiores profetas.

Da mesma forma que a grande doutrina mágica do “acima, como abaixo” é o fundamento da astrologia, a sua conversão, "abaixo, como acima”, é a base de muitas formas de adivinhação.

Estudando os acontecimentos da terra, o feiticeiro ou adivinho pode descobrir as condições do céu. Ele pode, por exemplo, examinar o fígado de um carneiro para determinar se as condições celestes são favoráveis a um particular evento terrestre.

Este e outros altamente ecléticos métodos de predição do futuro estão baseados na assunção de que acontecimentos aparentemente sem importância constituem, na realidade, parte de um grande desenho do universo, e indicam a direção na qual o universo, como um todo, está movendo-se.

Entre os ramos da adivinhação estão:

Amniomancia — Observação do crânio de uma criança ao nascer.

Antropomancia — Consulta dos intestinos e órgãos internos de crianças sacrificadas (o imperador Juliano, o Apóstata, parece ter praticado este método de adivinhação).

Apantomancia — Observação de objetos que aparecem repentinamente.

Armomancia — Observação dos ombros e costas de um animal que foi sacrificado com esse propósito.

Aspidomancia — Adivinhação colocando-se no interior de um círculo mágico e caindo-se num estado de transe provocado pela recitação de fórmulas mágicas.

Belomancia — Adivinhação pela observação da trajetória de flechas.

Bibliomancia — Consulta de uma passagem ou linha de um livro, escolhida ao acaso.

Botanomancia — Adivinhação que queima os pequenos ramos de verbena ou outro vegetal, colocando-se no fogo, inscritas em papel, as perguntas que deverão ser respondidas 

Catoptromancia — Adivinhação por meio de lentes ou de espelhos mágicos. Esta prática esteve em voga na Roma antiga, e é mencionada por Apuleo, o filósofo e novelista romano, bem como por Pausanias, o viajor grego, e por Santo Agostinho.

Causimomancia. — Adivinhação pelo fogo (quando o objeto jogado ao fogo não queimava, o prognóstico era muito propício).

Dafomancia — Observação da maneira pela qual um ramo de louro, jogado ao fogo, queimava.

Empiromancia — Observação de objetos jogados ao fogo sacrificial.

Gastromancia — Adivinhação por meio de ventriloqüismo.

Geloscopia — Adivinhação pela interpretação do riso de uma pessoa.

Hepatoscopia — Observação do fígado de um animal morto.

Hipomancia — Observação do caminhar de um cavalo.

Ictiomancia — Observação das entranhas de um peixe.

Lampadomancia — Adivinhação por meio da chama de uma lâmpada ou vela.

Libanomancia — Observação das volutas da fumaça do incenso.

Mararitomancia — Adivinhação por meio de pérolas.

Oeniática — Observação do vôo dos pássaros.

Ovomancia — Adivinhação por meio de jogar-se ovos ao fogo e observar-se de que forma rebentavam.

Quiromancia — Observação das linhas da mão.

Xilomancia — Observação da posição dos gravetos no chão.

Fonte: Dicionário Mágico.

Adeptos

Adeptos são homens que, através da negação de si mesmos e do crescimento interior, dominam as ciências ocultas e preparam a si mesmos para assumirem funções no controle e manipulação do mundo. Os Adeptos possuem, segundo a crença, conhecimentos e poderes superiores.

A respeito diz Lewis Spencer: “Eles podem controlar as forças tanto do reino físico como do espiritual, e supostamente são capazes de prolongar suas vidas por muitos séculos."

São também conhecidos como Grande Fraternidade Branca, Rishis, Rahats ou Mahatmas. Aqueles que desejam honestamente trabalhar pela melhoria do mundo podem tornar-se aprendizes ou chelas de Adeptos, e nesse caso os últimos são chamados de "mestres”.

Mas o aprendiz necessita, em primeiro lugar, cumprir um aprendizado de negação do próprio ego e decrescimento interior, para que se possa servir aos instrutores. O mestre ensina um conhecimento e uma sabedoria que não podem ser encontrados de outra forma, e ajuda o aprendiz através da comunhão e da inspiração.

Madame Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, alegava ser discípula de alguns desses mestres, afirmava que eles residiam nas montanhas tibetanas do Himalaia.

Fonte: Dicionário Mágico

Livro de Penitência de Adão

Título de um manuscrito que mostra que a divindade Seth, do Egito, foi na verdade um grande iniciado da ciência oculta. Esse documento, segundo consta na página 49 da "História da Magia", foi encontrado pelo ocultista e escritor francês Eliphas Levi (08/02/1810 - 31/05/1875) na Biblioteca do Arsenal em Paris:

"Adão teve dois filhos, Caim que representa a força brutal, Abel que representa a doçura inteligente. Eles não puderam entrar em acordo e morreram um pelo outro, por isso sua sucessão foi dada a um terceiro filho chamado Set.

Ora, Set, que era justo, pode chegar até a entrada do jardim terrestre sem que o querubim o afugentasse com sua espada flamejante. Set viu então que a Árvore da Ciência e a Árvore da Vida se achavam reunidas, formando uma só. E o anjo lhe deu três grãos que continham toda a força vital desta Árvore.

Quando Adão morreu, Set, seguindo as instruções do anjo, colocou os três grãos na boca de seu pai morto, como um penhor de vida eterna. Os ramos que saíram destes três grãos formaram a moita ardente, no meio da qual Deus revelou a Moisés seu nome eterno: 'O ser que é que foi e que será'.

Moisés colheu um triplo ramo da moita sagrada e foi para ele a vara dos milagres. Esta vara, se bem que separada de sua raiz, não deixou de viver e de florir e foi assim conservada na Arca.

O rei Davi plantou  esse ramo vivo na montanha de Sião, e Salomão mais tarde tomou a madeira desta árvore no triplo tronco para fazer dela as duas colunas Jakin e Boaz, que estavam na entrada do templo; ele as revestiu de bronze e pôs o terceiro pedaço de madeira mística no frontal da porta principal.

Era um talismã que impedia tudo o que era impuro de penetrar o templo, mas os levitas corrompidos arrancaram durante a noite esta barreira de suas iniqüidades e a arremessaram no fundo da piscina probática, enchendo-a de pedras.

A partir desse momento o anjo de Deus agitou todos os anos as águas da piscina e lhes comunicou uma virtude milagrosa para evitar que homens procurassem lá a árvore de Salomão.

No tempo de Jesus Cristo, limparam a piscina e os judeus achando este poste, inútil no pensar deles, levaram-no da cidade e fizeram uma ponte sobre o regato de Cedron.

Foi sobre esta ponte que Jesus passou depois de sua prisão noturna no Jardim das Oliveiras e foi do alto desta prancha que seus algozes o precipitaram para arrastá-lo na torrente e em sua precipitação em preparar de antemão o instrumento de suplício, eles levaram consigo a ponte que era uma tábua de três peças composta de três madeiras diferentes e com elas fizeram uma cruz."

Fontes: História da Magia - Editora Pensamento; Dicionário Mágico.

Marquês de Sade

Retrato de Sade em 1761
Donatien Alphonse François de Sade, o Marquês de Sade, (Paris, Île-de-France, Reino da França, 02/07/1740 — Saint-Maurice, Île-de-France, Reino da França, 02/12/1814), aristocrata francês e escritor libertino, teve muitas de suas obras escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros. Foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.

Além de escritor e dramaturgo, foi também filósofo de idéias originais, baseadas no materialismo do século das luzes e dos enciclopedistas. Lido enquanto teoria filosófica, "o romance de Sade oferece um sistema de pensamento que desafia a concepção de mundo proposta pelos dois principais campos filosóficos no contexto da França pré-republicana: o religioso e o racionalista".

Sade era adepto do ateísmo e era caracterizado por fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião na época era um crime) e a afrontas à religião dominante, sendo, por isso, um dos principais autores libertinos - na concepção moderna do termo. Em suas obras, Sade, como livre pensador, usava-se do grotesco para tecer suas críticas morais à sociedade urbana.

Evidenciava, ao contrário de várias obras acerca da moralidade - como por exemplo o "Princípios da Moral e Legislação" de Jeremy Bentham- uma moralidade baseada em princípios contrários ao que os "bons costumes" da época aceitavam; moralidade essa que mostrava homens que sentiam prazer na dor dos demais e outras cenas, por vezes bizarras, que não estavam distantes da realidade. Em seu romance "120 Dias de Sodoma", por exemplo, nobres devassos abusam de crianças raptadas encerrados num castelo de luxo, num clima de crescente violência, com coprofagia, mutilações e assassinatos - verdadeiro mergulho nos infernos.

Duas personagens criadas por Sade foram suas idéias fixas durante décadas: Justine (que se materializou em várias versões de romance, ocupando muitos volumes), a ingênua defensora do bem, que sempre acaba sendo envolvida em crimes e depravações, terminando seus dias fulminada por um raio que a rompe da boca ao ânus quando ia à missa, e Juliette, sua irmã, que encarna o triunfo do mal, fazendo uma sucessão de coisas abjetas, como matar uma de suas melhores amigas lançando-a na cratera de um vulcão ou obrigar o próprio papa a fazer um discurso em defesa do crime para poder tê-la em sua cama.

As orgias com o papa Pio VI em plena Igreja de São Pedro, no Vaticano, fazem parte da trama sacrílega e ultrajante do romance Juliette, com a fala do pontífice transformada em agressivo panfleto político: "A Dissertação do Papa sobre o Crime". Sade tinha o costume de inserir panfletos político-filosóficos em suas obras. O panfleto "Franceses, mais um Esforço se Quiserdes Ser Republicanos", que prega a total ruptura com o cristianismo, foi por ele encampado ao romance "A Filosofia na Alcova" (Preceptores Morais), no qual um casal de irmãos e um amigo libertino "educam" a jovem Euginè para uma vida de libertinagem, mostrando-lhe aversão aos dogmas religiosos e costumes da época

Tanto o surrealismo como a psicanálise encamparam a visão da crueldade egoísta que a obra de Sade expõe despudoradamente. Um exemplo de influência do Marquês de Sade na arte do século 20 é o cineasta espanhol Luis Buñuel, que em vários filmes faz referências explícitas a Sade: em "A Idade do Ouro, por exemplo, retrata a saída de Cristo e dos libertinos do castelo das orgias de Os 120 dias de Sodoma". A influência de Sade pode ser notada também em autores como o dramaturgo francês Jean Genet, homossexual, ladrão e presidiário, que retoma muitos dos temas do marquês, também desenvolvidos em ambientes carcerários franceses.

A questão da suposta homossexualidade de Sade ("Terá sido Sade um pederasta?") foi formulada pela escritora francesa Simone de Beauvoir no clássico ensaio 'É preciso Queimar Sade? - Privilégios'. A autora conclui pela heterossexualidade de Sade, que sempre amou mulheres tolerantes a suas aventuras, embora tivesse um comportamento sexual atípico, defendendo o coito anal e chegando a pagar criados para sodomizá-lo publicamente em suas orgias, das quais a primeira mulher, Renné de Sade, teria participado.

Atualmente, estudiosos da cultura e da literatura, como o sociólogo Ottaviano de Fiore, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), compartilham a opinião de Simone de Beauvoir, creditando o comportamento e a imaginação literária do autor de  “120 Dias de Sodoma” a neuroses relacionadas a parafilias, como o gosto pelo lixo e pela sujeira, que na ficção sadeana desembocam na apologia do crime e na erotização da fealdade e das mais atrozes torpezas.

Na velhice, já separado de Renné, sua primeira mulher, mas, como sempre, preso por causa de suas idéias e de seu comportamento libertino, foi amparado pela atriz Marie-Quesnet, que se mudou com ele para o Hospício de Charenton. Nessa época, sob o olhar tolerante de Marie-Quesnet, enamorou-se da filha de uma carcereira que tinha 14 anos quando o conheceu. Todos esses fatos estão rigorosamente documentados por Gilbert Lely, o mais importante biógrafo de Sade, compilador de suas cartas e autor do clássico 'Vida do Marquês de Sade'.

Sade morreu aos 74 anos, amado por duas mulheres, com quem planejava produzir peças teatrais pornográficas quando um dia saísse do hospício.

Algumas obras

Justine
Juliette de Sade
Zoloe e suas Amantes
O Estratagema do Amor
Os Crimes do Amor
A Filosofia na Alcova
Contos Libertinos
Diálogo entre um Padre e um Moribundo
Os 120 Dias de Sodoma
A Crueldade Fraternal
Os Infortúnios da Virtude


Cronologia

1740 - Nasce em Paris em 2 de junho. Vive dos quatro aos dez anos de idade no Comtat-Venaissim.

1750 - Estuda no Collège Louis-le-Grand e também com preceptor particular.

1754 - É admitido na Escola da Cavalaria Ligeira.

1755 - Torna-se subtenente do regimento de infantaria do rei.

1757 - É promovido a oficial. Tem início a Guerra dos Sete Anos.

1759 - Torna-se capitão do regimento de cavalaria de Bourgogne.

1763 - É desmobilizado e casa-se com Reneé-Pélagie de Montreuil. Passa quinze dias na prisão de Vincennes por "extrema libertinagem".

1764 - É recebido pelo parlamento de Bourgogne no cargo de lugar-tenente geral das províncias de Bresse, Bugey, Valromey e Gex.

1765/1766 - Mantém relacionamentos públicos com atrizes e dançarinas.

1767 - Falece o conde de Sade, seu pai, e nasce o seu primeiro filho, Louis Marie de Sade.

1768 - Primeiro grande escândalo: a mendiga Rose Keller processa o Marquês por maus tratos, em Arcueil. Sade é detido em Saumur por quinze dias, e depois em Pierre-Encise, perto de Lyon, por sete meses. Festas e bailes sucedem-se em seu castelo de La Coste, na Provence.

1769 - Nasce seu segundo filho, Donatien Claude Armand de Sade.

1771 - Nasce sua filha, Madeleine Laure de Sade.

1772 - Segundo grande escândalo: em Marselha, quatro prostitutas processam Sade e seu criado Latour por flagelações, sodomia e ingestão forçada de uma grande quantidade de cantárida (pó de asas de besouros africanos, capaz de provocar estado de excitação sexual no homem e na mulher) afrodisíaco. É condenado à morte por sodomia. Foge para a Itália. Na cidade de Aix-en Provence, a 12 de setembro, é executado junto com Latour em efígie (isto é, bonecos simbolizando Sade e seu criado foram publicamente executados, na ausência dos verdadeiros réus). Detido em Chambéry, é encarcerado em Miolans, na Savoie.

1773 - Foge em Miolans. Sua sogra, madame de Montreul, obtém licença do rei para prendê-lo e confiscar seus documentos, mas sem resultado.

1774 - Isola-se em seu castelo em La Coste.

1775 - Organiza diversas orgias em seu castelo. Risco de novo escândalo. Foge novamente para a Itália.

1776 - Volta à França.

1777 - Falece sua mãe, madame de Sade. É capturado em Paris e encarcerado em Vincennes.

1782 - Finaliza o "Dialogue entre un prêtte et un moribond".

1784 - É transferido para a Bastilha.

1785 - Conclui "Les Cent vingt journées de Sodome".

1787 - Redige contos e pequenas histórias.

1788 - Escreve "Eugénie de Franval" e "Justine, Les infortunes de la ventu". Organiza um catálogo de suas obras.

1789 - Provavelmente neste ano, conclui "Aline Et Valcour". É transferido precipitadamente para Charenton, na noite de 3 de julho para 4 de julho. Com a tomada da Bastilha, são pilhados seus documentos e bens pessoais.

1790 - É libertado de Charenton. Inicia sua ligação com Marie-Contance Quesnet, que não mais o abandonará.

1791 - Publica clandestinamente "Justine" ou "Les malheurs de la vertu". Escreve seu primeiro texto político. É também o ano da primeira montagem de "Oxtiern".

1792 - O castelo de La Coste é pilhado. 'Le Suborneur' é levado à cena, sem sucesso.

1793 - Redige novos textos políticos. É mais uma vez acusado e detido.

1794 - Prisioneiro em Carmes, Saint-Lazane, na casa de saúde de Picpus. É condenado à pena de morte e posteriormente liberado.

1795 - Publica clandestinamente "La philosophie dans le boudoir" e, oficialmente, "Aline et Valcour".

1796 - "Oxtiern" é levado novamente à cena, agora em Versalhes, onde seu autor vive de forma muito modesta. A ele cabe o papel de Fabrice.

1800 - Publica oficialmente "Oxtiern" e "Crimes de l'amour", e, clandestinamente, "La nouvelle Justine".

1801 - É detido na editora Massé, que publica suas obras, onde também ocorre a apreensão da edição ilustrada em dez volumes de "La nouvelle Justine" e também de "Juliette". Permanece preso em Saint-Pálagie e depois em Bicêtre.

1803 - A família obtém suas transferência para Charenton, onde ele passa a organizar espetáculos com os "loucos", que se tornam atração para visitas da aristocracia parisiense.

1807 - Escreve "Journées de Florbelle". Os manuscritos desse livro, apreendidos em seu quarto, seriam queimados em praça pública por seu próprio filho, depois de sua morte.

1813 - Publica oficialmente "La Marquise de Gange".

1814 - Morre em 2 de dezembro, em Charenton.

Fonte: Wikipédia.