quinta-feira, 17 de maio de 2012

Abrão, o Judeu

Alquimista, mago e filósofo, nasceu cerca de 1362. Iniciou seus estudos no ocultismo sob a orientação de seu pai, continuando depois com um professor de nome Moisés. A fase seguinte de sua vida consiste em numerosas viagens. Atingiu o Egito onde aprendeu uma grande quantidade de segredos da escola de magia de Abramelin. De posse dessa sabedoria secreta, e de uma quantidade de documentos que lhe foram dados pelo próprio Abramelin, Abrão retornou à Europa, fixando-se em Wursburg (Alemanha) e dedicou-se à alquimia. Ele instruiu seus dois filhos na arte da magia, proporcionou imensos dotes para suas três filhas e produziu impressionantes atos de magia na presença de pessoas famosas e importantes da época, inclusive o imperador Sigismundo da Alemanha e Henrique VI da Inglaterra.

Muitos dos fatos concernentes a Abrão, o Judeu, estão contidos num curioso manuscrito que se encontra guardado na Biblioteca do Arsenal, em Paris. Este manuscrito num estilo que indica que seu autor era um semiliterato do século XVIII, apresenta-se como uma tradução de um original hebraico. Seu título completo é O Livro da Sagrada Magia de Abramelin, Conforme Passado por Abrão, o Judeu, para Seu Filho Lamech. O conteúdo do manuscrito consiste na descrição das viagens de Abrão em busca de sabedoria.

A segunda parte do documento é baseada nos textos que Abrão trouxe do Egito, e trata dos rudimentos da magia: o que é a magia? Quais as coisas que devem ser consideradas antes de se iniciar urna operação de mágica’? Como convocar os espíritos’? A última parte atinge o cerne da matéria, tratando de técnicas de provocar visões, reter espíritos familiares, dominar tempestades, transformar coisas e pessoas em diferentes formas e figuras, voar através dos ares, destruir edifícios, curar doenças, descobrir objetos roubados, e caminhar debaixo d’água. Muitas dessas façanhas são realizadas pelo emprego adequado de quadrados e signos cabalísticos.

O mago Abrão


Abrão, foi ao que tudo indica nativo de Mayence, nascido em cerca de 1360. Seu pai, Simon, também foi adepto das investigações ocultistas e da prática mágica e desde cedo guiou seu filho nos estudos. Numa certa fase da vida, a tutoria do pai dá lugar a outro professor identificado com o nome Moisés. Abrão, no entanto ao crescer, rapidamente supera seu segundo mestre ao ponto de descrevê-lo por fim como "um bom homem, mas inteiramente ignorante do Verdadeiro Mistério e da Verdadeira Magia."

Sem um guia a sua altura, a fase seguinte da sua vida é dedicada a numerosas viagens educacionais ao redor do mundo conhecido. Com seu amigo Samuel, boêmio por natureza, ele visita a Áustria, a Hungria, a Grécia até chegar a Constantinopla (atual Istambul) onde se fixou por aproximadamente dois anos. Após isso Abraham viajou para a Arábia, em sua época talvez o maior centro de aprendizagem mística do mundo onde dedicou mais alguns anos de vivência. Em seguida dirigiu-se para a Palestina e então para o Egito onde aprendeu uma grande quantidade de segredos ocultos.

Foi nas terras do Egito que Abrão conheceu Abramelin, célebre filósofo da região, a esta altura já com idade avançada em uma pequena cidade chamada Arach próxima ao Rio Nilo.  Lá ele vivia em uma casa modesta no topo de um pequeno monte coberto de árvores. Um homem gentil e educado, levando uma vida simples e regrada, apóstolo do Temor a Deus e evitando qualquer acúmulo de riquezas. Ele concordou em ensinar sua sagrada arte a Abraham com a promessa de que ele abandonaria seus falsos dogmas e passaria a viver no caminho e sob a lei de Deus.

Pelo preço de dez florins de ouro, que foram distribuídos aos pobres da cidade, Abramelin confiou a Abrão certos documentos contendo uma grande variedade de operações e segredos acumulados durante sua vida. Este conhecimento parece emergir de um cenário ocultista especificamente, mas não exclusivamente judaico. Um exemplo claro disso são as receitas que ele lega para a confecção do óleo e o incenso, que podem ser encontradas de forma idêntica no Pentateuco. Em Êxodo 30:23-25, temos a receita para o Óleo de Abramelim: "Também toma das principais especiarias, da mais pura mirra quinhentos siclos, de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos, de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos, de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveiras um him." Pouco adiante em Êxodo 30:34-36, temos a receita para o Incenso de Abramelim: "Toma especiarias aromáticas: estoraque, e ônica, e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual; e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será."

Após isso Abrão deixa o Egito e segue para a Europa onde eventualmente fixa morada em Würzburg, na Alemanha, tornando-se profundamente envolvido com o estudo da Alquimia. Nesta época ele se casa com uma mulher, provavelmente sua própria prima, que lhe dá três filhas e dois filhos. O filho mais velho foi chamado Joseph e o mais novo recebeu o nome de Lamech.

Assim como seu pai, e provavelmente o pai de seu pai antes dele, Abrão instruiu seus filhos homens nos assuntos ocultos, enquanto que para suas filhas deixou dotes de 100.000 florins de ouro. Esta considerada soma de riqueza, assim como suas muitas viagens demonstram que Abraham foi um homem de posses, a quem nunca faltou sustento e recursos. Tesouro estes que o próprio mago atribuiu aos seus talentos como mágico.

Ele também se tornou célebre ao final da vida ao produzir impressionantes atos de magia na presença de pessoas famosas e importantes de sua época como o próprio Imperador Sigismund da Alemanha, o bispo de Würzburg, Henrique VI da Inglaterra, o duque da Bavária e o papa João XXII. Aqui a narrativa se encerra e não existem detalhes sobre o final da vida de Abrão, sendo que a data e circunstâncias de sua morte são incertas, embora seja estimada como ocorrida em meados de 1460.

Fontes: Dicionário Mágico; Morte Súbita Inc.

Abramelin, o Mago

Abramelin é o nome (ou pseudônimo) de um mago egípcio (ou, apenas, um personagem fictício) que teria ensinado uma poderosa forma de magia cabalística a Abrão, o Judeu no famoso grimório "O Livro da Sagrada Magia de Abramelin, o Mago".

Conhecido através da transcrição, feita pelo inglês Samuel Mathers, de um manuscrito francês escrito provavelmente no século XVIII. Este manuscrito francês, por seu lado, era apresentado como uma tradução de um outro texto, de origem hebraica, descoberto por volta de 145.

A doutrina central do Livro da Sagrada Magia de Abramelin, o Mago (disponível no Brasil em inglês ou em espanhol) é a de que o cosmos é povoado por hostes de anjos e demônios. Os demônios trabalham, em última instância, sob a direção dos anjos. O homem situa-se entre as forças Angélica e demoníaca. E a cada homem é designado um anjo protetor e um demônio tentador. Os grandes iniciados podem controlar os demônios.

O livro descreve um procedimento ritual pelo qual um aspirante espiritual poderia invocar e unir-se com o seu Santo Anjo Guardião, considerado a própria Voz de Deus dentro do indivíduo.

Uma vez obtida a cooperação de seu Santo Anjo Guardião, o aspirante poderia passar a controlar todos os espíritos da natureza e infernais. Por outro lado, caso cometa alguma falha ao executar essa magia, ele poderia tornar-se insano.

Acredita-se tenha sido essa obra a principal responsável pela disseminação do conceito de Anjos da Guarda em nível popular, exercendo tremenda influência no Hermetismo, no Rosacrucianismo e no Neopaganismo.

O Livro de Abramelin é dividido em três livros menores.

O primeiro é a autobiografia de um certo Abraham, o Judeu, que procura a verdadeira e sagrada Sabedoria, e que acumula várias decepções nessa busca. Ele aprende várias formas de magia, mas as acha apáticas, e os seus praticantes menos do que reivindicam ser. Nos últimos momentos antes de abandonar sua busca, Abraham se encontra com um perito egípcio, chamado Abramelin, que concorda em lhe ensinar a Magia Sagrada.

O segundo livro é composto pelas instruções para a Magia Sagrada que Abraham reivindica ter copiado à mão do original de Abramelin. Contem também advertências contra o uso de qualquer outro Grimório, sigilos ou nomes bárbaros de prece, e relaciona uma alternativa maravilhosa para as Horas Mágicas Salomônicas, em detalhes.

O terço final do livro é uma coleção de Talismãs, formados por quadrados-mágicos, aos quais os príncipes e espíritos demoníacos têm que jurar se submeter. Cada talismã pode ser usado para obrigar um espírito a executar uma tarefa, em muito semelhante ao que é receitado nas Clavículas de Salomão.

Um dos talismãs ensinados no livro é este quadrado de letras, que se tornou conhecido pelo nome de "Talismã de Abramelin"

R O L O R
O B U F O
L U A U L
O F U B O
R O L O R

O uso correto desse talismã seria capaz de operar maravilhas como, por exemplo, permitir ao seu usuário voar em forma de Corvo.

O Livro de Abramelin foi estudado por magos modernos, como MacGregor Mathers, Aleister Crowley e Dion Fortune, que são unânimes em sustentar que o "Anjo da Guarda" não deve ser considerado como uma entidade com personalidade própria, mas como a capa mais profunda do subsconsciente, o ego definitivo, o mais autêntico "EU", que, no entanto, participa paradoxalmente da natureza divina.

O Oléo e o Incenso de Abramelin

A receita para o "Oléo de Abramelin" e para o "Incenso de Abramelin" podem ser encontradas em: Êxodo 30:22-25 e Êxodo 30:34-36 respectivamente.

Fontes: Wikipédia; Dicionário Mágico