Viajantes que foram à Amazônia relatam histórias sobre tribo de índios acéfalos, que tinham olho e boca no peito - Ilustr. Biblioteca Nacional / Divulgação. |
Muito antes de aterrorizar mocinhas no cinema, a anaconda --ou sucuri gigante da Amazônia-- já tirava o sono de vários europeus. Índios canibais sem cabeça e até o chupa-cabra também.
Esses e outros mitos e monstros saíram do Novo Mundo direto para as bibliotecas das metrópoles, em publicações que misturavam ciência, fantasia e ficção.
Para explicar os mistérios dos territórios recém-descobertos - e valorizar ainda mais suas conquistas -, muitos exploradores criavam narrativas que deixariam Darwin de cabelos em pé.
"A realidade dos europeus era completamente diferente. Então, quando eles viam animais, plantas e até pessoas tão incomuns, taxavam-nas de monstros e criavam explicações mirabolantes", diz Ana Virginia Pinheiro, chefe do departamento de obras raras da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
Entre 14 de fevereiro e 15 de abril, algumas dessas histórias poderão ser vistas na exposição "Monstros: Memórias da Ciência e da Fantasia", na sede da instituição. Os autores eram variados: iam desde cientistas participando de expedições até piratas com pouca instrução, tendo ainda alguns escritores que nunca tinham saído da Europa, apenas ouviram uma lenda e a "recontaram".