domingo, 13 de março de 2011

Robert Louis Stevenson

Tido a princípio como ensaísta artificial e afetado, ou mero escritor de livros infantis, somente meio século após sua morte Stevenson passou a ser visto como autor vigoroso e original, que em seus ensaios e romances revela aguda percepção da alma humana.

Robert Louis Balfour Stevenson nasceu em 13 de novembro de 1850 em Edimburgo, Escócia. Filho de renomado engenheiro civil, recusou-se a seguir a profissão do pai e comprometeu-se a estudar direito, mas abandonou o curso para ser escritor.

Em 1873 viajou à França em busca de clima mais adequado ao tratamento dos problemas respiratórios que o atormentavam. Suas freqüentes viagens ao exterior, em especial à França, foram relatadas no livro de crônicas An Inland Voyage (1878; Uma viagem pelo interior) e Travels with a Donkey in the Cévennes (1879; Viagem com um asno nas Cévennes).


Em 1881 fixou residência na Escócia e posteriormente em Bournemouth, na Inglaterra, onde pôde se dedicar inteiramente à literatura. Ainda em 1881 Stevenson publicou Virginibus puerisque (Às donzelas e aos garotos) e, em 1883, Treasure Island (A ilha do tesouro). Com esses livros, angariou prestígio imediato junto ao público pela capacidade de prender a atenção do leitor, graças à maneira habilidosa de contar suas histórias. Em todas as obras de ficção, Stevenson manteve o gosto pela aventura e pelo fantástico, a que se mistura uma notável capacidade de análise psicológica dos personagens.

O livro que lhe deu maior popularidade, no gênero de romance de aventuras, foi Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hide (1886; O médico e o monstro), no qual o autor aborda as duas naturezas antagônicas da alma humana. The Merry Men and Other Tales and Fables (1887; Os homens alegres e outras histórias e fábulas) revela a inclinação de Stevenson pelos temas de terror. Kidnapped (1886; Seqüestrado), que teve seqüência em Catriona (1893), e The Black Arrow: A Tale of the Two Roses (1888; A flecha negra: história de duas rosas) são romances históricos.

Em agosto de 1887, ainda com o objetivo de tratar da saúde, foi para Nova York, onde encontrou boa recepção do público. Vários editores interessaram-se pela publicação de suas obras e chegaram a oferecer-lhe contratos lucrativos. Nessa época, escreveu The Master of Ballantrae (1889; O senhor de Ballantrae), outra obra em que trata da ambigüidade moral, num relato impactante prejudicado pelo desfecho artificial.

Em 1888 Stevenson empreendeu viagem com a família pelas ilhas do Pacífico sul, novamente motivado por problemas de saúde. Nesses lugares exóticos, esforçou-se por compreender a vida dos nativos, e como resultado escreveu In the South Seas (1896; Nos mares do sul) e A Footnote to History (1892; Nota de rodapé da história). Decidiu então fixar-se em Vailima, Samoa Ocidental, onde durante o resto da vida contou com a simpatia e a admiração dos nativos.

Seus últimos romances reproduzem, com notável lucidez, a frustração do homem diante do contraste entre o desejo e a realidade. A esse período pertence também a coletânea de poesias Ballads (1890; Baladas). Stevenson morreu em Vailima, Samoa, em 3 de dezembro de 1894.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

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