domingo, 13 de março de 2011

Aldous Huxley

Intelectual culto e requintado, Huxley fez muito sucesso, nas décadas de 1930 e 1940, com uma série de romances de técnica em parte experimental, quase sempre comprometidos com a discussão de idéias. 
Anos mais tarde, adquiriu importância por ter antecipado elementos da contracultura das décadas de 1960 e 1970, como a rejeição do consumismo, as tendências anarquistas, o interesse pelo Oriente e as experiências místico-visionárias.

Aldous Leonard Huxley nasceu em 26 de julho de 1894 em Godalming, Surrey. Descendente de ilustre família, era neto do naturalista Thomas Henry Huxley, famoso defensor do darwinismo, filho do escritor Leonard Huxley e irmão do biólogo Julian Huxley e do fisiologista Andrew Fielding Huxley. Após estudar em Eton e Oxford, passou a dedicar-se à literatura e publicou alguns volumes de poesia, entre os quais Defeat of Youth (1918; Derrota da juventude).


Malgrado a diversidade de sua produção, destacou-se sobretudo por seus romances e ensaios. Sua cultura polivalente permitiu-lhe escrever sobre os assuntos mais variados e sua inquietação levou-o a conhecer países de todas as latitudes e a submeter-se a experiências pioneiras sobre a expansão da consciência, até mesmo pela ingestão de alucinógenos.

Os primeiros de seus muitos romances, como Crome Yellow (1921; Ronda grotesca) e Point Counter Point (1928; Ponto e contraponto), manifestam a rebeldia contra os valores políticos e morais da era vitoriana. Já em Brave New World (1932; Admirável mundo novo), Huxley expressa sua posição crítica em relação ao progresso científico e social, e prevê um futuro sinistro para a humanidade. Do ceticismo sua visão de mundo derivou para o misticismo, atraído pelas filosofias orientais. Dessa fase datam os romances Eyeless in Gaza (1936; Sem olhos em Gaza), Ape and Essence (1949; O macaco e a essência) e Island (1962; A ilha).

Sua produção ensaística gerou ao mesmo tempo curiosos volumes, como The Perennial Philosophy (1946; A filosofia perene) e Heaven and Hell (1956; Céu e inferno). Grande interesse despertaram seus estudos históricos, Grey Eminence (1948; Eminência parda), biografia do padre Joseph, conselheiro de Richelieu, e The Devils of Loudun (1952; Os demônios de Loudun), exposição e análise de antigos casos de freiras atingidas pela possessão demoníaca, bem como The Doors of Perception (1954; As portas da percepção), em que narra suas experiências com a mescalina, droga alucinógena.

Radicado nos Estados Unidos desde 1947, Aldous Huxley exerceu grande influência nos meios californianos onde se articularam movimentos de contestação ao racionalismo ocidental e ao modelo americano de vida. Morreu em Los Angeles, em 22 de novembro de 1963.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

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