sábado, 12 de março de 2011

O Estrangulamento de Mariane Carvajal

Em 1596 uma moça de apenas 29 anos de idade chamada Mariane Carvajal foi garroteada na praça pública de San Ipolito pelo verdugo Xpoval.

O motivo? Apenas ser filha do governador Carvajal, um dos fundadores da cidade de Monterrey, México colônia, caído em desgraça perante a Santa Inquisição.

No ano de 1493, logo após a conquista de Granada e da partida do porto de Palos dos navios comandados por Colombo, os reis católicos da Espanha expulsaram todos os judeus e mouros de seus domínios.

Descendente destes judeus emigrantes de Portugal da terceira geração, foi o governador Luis Carvajal de la Cueva, nascido na vila Mogodorio, província de Traz-os-Montes, no ano de 1539.

O novo vice-rei da Nova Espanha Don Álvaro Manrique de Zúñiga, marquês de Villa Manrique, por ciúmes do enorme prestígio que tinha Carvajal com o rei Felipe II de Espanha, começou a forjar uma conspiração contra o próprio. Com o apoio de um religioso que o acompanhava em várias viagens, acusou o governador de herege à Santa Inquisição.



Esta heresia foi estendida para mais 120 pessoas, envolvendo todas elas como “judaizantes”. Estando Carvajal em Almadén (Monclova) foi preso sem opor nenhuma resistência por uma companhia de soldados enviada da Cidade do México. O motivo da denúncia: há muitos anos, na Espanha, estando o governador na celebração de uma missa, em companhia da família, sua sobrinha Isabel Rodríguez de Andrada, fez algumas declarações contrárias às crenças dos católicos. E embora Carvajal a tenha repreendido, considerou-se que este cometeu um delito ao não denunciá-la perante a Inquisição.

Também toda sua família foi presa e sofreram horrores e torturas indescritíveis. Ele morreu em seu cárcere, já para seus familiares foi aplicada a pena do garrote, e seus corpos foram queimados no Auto de Fé do dia 8 de dezembro de 1596. Dos 120 implicados, homens, mulheres e crianças, só escaparam Baltazar e Miguel Carvajal que fugiram.

Traduzido e adaptado de: RCADENA/Ensayos - Carvajal; Anonimo - M. Carvajal

Nenhum comentário:

Postar um comentário