"O Corpo-Seco é a morada do espírito estridente que vaga depois da meia-noite, enchendo de medo os que ouvem a ressonância dos gritos apavorantes. Condenada a uma pena terrível, a alma dos grandes pecadores reside, durante o dia, no Corpo-Seco, múmia esquecida e sem história, no deserto dos cemitérios...” (Câmara Cascudo)
Esse personagem do folclore brasileiro é comum no interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e região Centro-Oeste. De acordo com a lenda, o corpo-seco foi um homem de índole tão ruim, tão perverso que durante toda a sua vida adulta batia freqüentemente na própria mãe.
Após sua morte ele foi rejeitado por Deus e até pelo Diabo. Até mesmo a terra, onde havia sido enterrado, o expulsou. Com o corpo em estado de decomposição teve que sair de seu túmulo. Começou a viver como alma penada, grudando nos troncos das árvores, que secavam quase que imediatamente.
Ele então passa a viver assombrando as pessoas nas estradas, grudando em seus corpos e sugando o sangue, igual vampiro. A vítima pode morrer caso ninguém passe na estrada para salvá-la.
Conta-se no sertão, que certa vez uma pobre mulher, amadora dos bons guisados de urupês (orelha de pau) vagava pela mata para colher os apetecidos, quando se deparou caído um pau-piúca, onde abrolhavam os saborosos parasitas, alvos como pipocas. Colhia-as quando, no desvendar a parte extrema do madeiro, se tomou de pavor e muito susto ante dois olhos escarninhos que a fitavam, e disparou a correr desorientada sob o riso cachinado do Corpo-Seco a chancear da peça que pregou à pobre mulher.
Fontes: Portal São Francisco; Wikipedia; Sua Pesquisa - Folclore
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