O saudoso Dr. Olavo Teixeira Fontes, médico, faleceu vítima de câncer, a nove de maio de 1968; era um pesquisador paralelo de grande renome, representante da APRO dos Estados Unidos no Brasil. Ele recebeu um dia, de um dos seus amigos jornalistas do Rio, uma carta que iremos descrever; ele havia decidido que descobriria quem a havia escrito... Mas a morte não lhe deu tempo para fazê-lo.
A 17 de maio de 1958, meu amigo João Martins, que publicou naquela época, na revista "O Cruzeiro", uma série de artigos sobre a "onda" brasileira de OVNIS de 1957, recebeu a seguinte carta datada de 14 de maio de 1958:
"Caro senhor João Martins. Li seus artigos e desejo cumprimentá-lo.
Eu creio na existência dos pseudo "discos-voadores" porque fui testemunha de um incidente que aqui relato. Não sei se irá me acreditar, mas lhe juro que tudo o que contarei será apenas a verdade. Sou pobre, mas honesta, não mencionarei os nomes verdadeiros, mas o senhor me compreenderá. Meu nome é Anázia Maria (nome trocado a pedido da autora), tenho trinta e sete anos e vivo atualmente no Rio de Janeiro. Trabalhei na casa do Senhor X (meu antigo patrão) até dezembro de 1957; é um homem rico de nossa cidade e lhe peço desculpar por não citar seu nome.
A filha de meu patrão sofria de câncer no estômago. Ela sofria bastante, e eu fui empregada para servir como um tipo de governante e principalmente para dar uma assistência a Srta. Laiz, a filha doente. Ela se submeteu a vários tratamentos, mas os médicos declararam que não havia esperança.
Em agosto de 1957 meu patrão mandou toda sua família para uma pequena fazenda perto de Petrópolis, esperando ver sua filha melhor sob esse bom clima, mas os dias passaram e nada aconteceu. Ela não podia nem se alimentar, seus sofrimentos eram horríveis e davam-lhe diariamente injeções de morfina.
Na noite de 25 de outubro, eu me lembro bem, as dores da Srta. Laiz foram terríveis, as injeções eram sem efeito, pensávamos que ela fosse morrer, meu patrão chorava num canto, quando subitamente uma forte luz clareou o lado direito da casa (da pequena fazenda perto de Petrópolis). Estávamos reunidos no quarto da Srta. Laiz, cuja janela estava situada exatamente no lado direito, e a única iluminação era uma pequena lâmpada de cabeceira. Súbito, havia tanta luz como se o facho de uma lanterna tivesse apontado para o interior do quarto.
Seu Julinho, o filho do meu patrão, foi o primeiro a correr à janela e viu o disco. Ele não era muito grande, e eu não tenho instrução suficiente que me permita dizer quais eram seu diâmetro e a sua largura. Eu sei apenas que ele não era muito grande, a parte superior estava envolvida por uma luminescência amarela avermelhada, e bruscamente uma porta automática se abriu e dois pequenos seres saíram. Eles se dirigiram a casa e um outro ser ficou na porta do disco.
Anoiteceu, e no interior, pela porta, via-se uma luz ligeiramente esverdeada como se vê nos night-clubs. Os homens entraram na casa; eles eram baixos, podendo ter 1,20 m de altura, mais baixos que o filho mais novo do meu patrão que tinha dez anos. Eles tinham cabelos longos até os ombros, loiros-ruivos, pequenos olhos rasgados como o dos chineses, mas de uma cor verde vivo. Eles tinham alguma coisa nas mãos, eu penso que eram luvas; seus trajes eram brancos e pareciam espessos. O traje era branco, mas o peito, as costas e os punhos brilhavam: eu não sei como explicar. Eles se aproximaram do leito da Laiz, que gemia de dor, os olhos grandes abertos e não entendendo nada do que se passava ao seu redor. Ninguém se mexia ou falava, numa terrível tensão. Eu estava no quarto com o Sr. X e a sua esposa , o Sr. Julinho e sua esposa e Otavinho que era o filho mais novo de dez anos de meu patrão.
Os homens olharam-se silenciosamente e pararam ao lado da cama de Laiz, puseram as coisas que traziam sobre o leito, fizeram um gesto ao Sr. X , e um deles colocou sua mão sobre a fronte do Sr. X, que começou a lhes contar todo o caso de Laiz, sua doença tudo por telepatia. O quarto estava mergulhado num absoluto silêncio. Então os homens começaram a iluminar o ventre da Srta. Laiz com uma luz branca azulada, que mostrava todo o interior; nós vimos tudo que se encontrava dentro do ventre da jovem. Com outro instrumento, que emitia um som estridente, "ele" o apontou na direção do estomago de Laiz, e pudemos ver a úlcera do estômago. Esta operação durou quase meia hora. A Srta. Laiz adormeceu e eles saíram; mas antes de deixarem a casa, comunicaram ao Senhor X, por telepatia, que ele deveria dar um medicamento durante um mês; depois eles lhe deram uma esfera oca de aço, e dentro encontramos trinta pequenas pílulas brancas; eram os comprimidos para tomar, um por dia, e ela seria curada.
A Srta. Laiz foi realmente curada, e o Senhor X, segundo o acordo que lhe fez com aqueles homens, evitou qualquer publicidade. Em dezembro, alguns dias antes que eu deixasse a cama, a Srta. Laiz voltou ao seu médico , que verificou que seu câncer havia sido curado. Deixei a casa, mas prometi guardar segredo. Se o caso for mencionado em seus artigos, não terá conseqüências porque jamais citarei os nomes. Mas eu lhe juro que tudo aconteceu realmente; minha querida Laiz estava condenada a morrer de um câncer no estomago e, quase no fim, ela foi salva por um instrumento que parecia uma lanterna que emitia raios que dissolveram o câncer e ela sarou.
E esses homens fizeram muitas coisas deste tipo à pessoas da Terra , para nos mostrar que não devemos temê-los. Eles salvaram a Srta Laiz, e na mesma noite retornaram ao disco e partiram para sempre.
Confidencialmente, eles são verdadeiramente de Marte e vêm aqui para procurar magnésio, que esta acabando em seu planeta, e este magnésio é utilizado na fabricação de naves espaciais. Eles não tem intenção alguma de agredir as pessoas da Terra; eu sei isto porque ouvi o que o Sr. X disse à sua família. Por favor, não me ponha numa má situação; ao se mencionar o caso, não diga jamais em seus artigos que foi Anásia Maria quem lhe contou. Não quero passar por chantagista ou ficar numa posição ruim diante de meu antigo patrão. Eu simplesmente lhe contei tudo isso para ajudá-lo em suas pesquisas sobre o problema.
Obrigada por sua atenção.”
Anásia Maria
A correspondente era, evidentemente, uma pessoa pouco culta, mas, apesar disso, sua carta é vivente. Apesar dos seus muitos erros que eu tentei atenuar reescrevendo a carta, ela reconta sua história tão bem que podemos quase reviver a cena como se lá estivéssemos presente; para mim isto significa que a carta foi escrita com emoção; uma emoção de qualquer coisa que pode realmente ter acontecido.
Extraído do livro Primeiras investigações sobre os Humanóides Extraterrestres de Henry Durrant - Hemus - 1980
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