segunda-feira, 2 de abril de 2012

Fenícios no Brasil

Segundo alguns historiadores, no século XII a.C., os fenícios atingiram o litoral do continente americano. O historiador brasileiro Bernardo de Azevedo da Silva Ramos (1858 – 1931), nascido em Manaus-AM, em seu trabalho “Inscrições e Tradições da América Pré-Histórica, Especialmente do Brasil” (RJ – 1930), cita muitas palavras indígenas de origem fenícia e hebraica, pois alguns dos tripulantes de embarcações fenícias que chegaram ao litoral permaneciam nessas regiões e constituíam clãs, daí a diversidade de línguas e costumes de várias nações indo-americanas, principalmente depois da conquista da Fenícia por Alexandre, o Grande, e depois as dominações grega e romana.   

Em se tratando de língua, é interessante analisar nos idiomas Quíchua, Chibika, Aimará, Guarani, Tupi... vocábulos aramaicos e mesmo árabes antigos, que são encontrados em todos aqueles idiomas, sendo o Quíchua e o Tupi os mais próximos do aramaico e do árabe.

Encontram-se também em vários lugares do Brasil inscrições fenícias gravadas em rocha, como por exemplo, as da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro.

Na Ilha de Marajó, foram encontradas pedras trabalhadas com inscrições aramaicas, cuja existência é datada de antes da Era Cristã. Estas se encontram no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Existem também os tipos de portos – “muralhas” – que os fenícios construíram, como as que se encontram em Batrun, Líbano: no Aquiri-AM e em Alcobaça-BA.

Inscrição fenícia na Pedra da Gávea. Tradução abaio

“Tyro, Phenícia, Badezir primogênito de Jethabaal.”

“Somos filhos de Caná, de Saida, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19 de Hiram, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion-Geber, no mar Vermelho, e viajamos com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por dois anos, em volta da terra pertencente a Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos companheiros e, assim, aportamos aqui: 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o almirante, controlo. Mas auspiciosamente passam os exaltados deuses e deusas intercederem em nosso favor.”

Fonte: Extraído do livro “Líbano – Guia Turístico e Cultural” de Roberto Khatlab

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