Waldemar Julsrud |
Nos anos 40 do século XX, o Sr. Julsrud, um proeminente comerciante alemão, descobriu acidentalmente um sítio arqueológico muito estranho, próximo a cidade de Acámbaro, Guanajuato, México. Uma escavação no local rendeu-lhe 33.500 objetos de cerâmica, madeira, pedra e jade, com aproximadamente 5.500 anos.
Em julho de 1945, Waldemar Julsrud, percorria a cavalo uma colina que domina a cidade, quando notou alguns fragmentos de cerâmica que afloraram durante a estação das chuvas. Interessado em antigüidades mexicanas, pediu a um pedreiro do local, Odilon Tinajero, para ir ver o lugar e trazer-lhe o que encontrasse. Tinajero encontrou aparentemente muitas coisas, pois a coleção feita por Julsrud, de 1945 a 1952, compreende bem mais de 30.000 peças.
Praticamente todos os arqueólogos consideravam-na falsas, ainda que não encontre nelas quase nada de valor, senão apenas para se olhar. Portanto, há numerosas razões para se pensar que esta coleção seja uma das curiosidades arqueológicas mais extraordinárias do mundo!
As figuras que representam répteis têm desconcertado particularmente alguns arqueólogos que examinaram a coleção. Algumas destas estatuetas assemelham-se a dinossauros e a pleiossauros. Mas visto que, segundo as teorias correntes, estas criaturas desapareceram há 70 milhões de anos, os antigos índios do México não poderiam saber a que elas se assemelhavam. Entenda-se, pessoas de nossa época o saberiam, através de livros e filmes de ficção cientifica. Os monstros realmente são muito desconcertantes.
No entanto, um dos aspectos mais fantásticos de toda a coleção é a sua extraordinária variedade. Nenhuma duplicata entre mais de 30.000 peças! Algumas são semelhantes, mas não existem idênticas. A imaginação aplicada na produção desses animais "pré-históricos", dessas estatuetas humanóides e de "múmias", de centenas de grupos nos quais os seres humanos e os animais desempenham um papel numa cena, é simplesmente estupenda. A lista dos diferentes tipos de objetos é longa:
a) Cerâmica tarascana (de tipo conhecido e classificado como cerâmica indígena do México); b) Pontas de lança e de flechas em obsidiana, provavelmente tarascanas; c) Dentes encontrados com as estatuetas, identificados como sendo do "Equs Conversidens OWen", um cavalo extinto do Pleistoceno; d) Várias centenas de "vasos" não tarascanos de um material similar ao das estatuetas de répteis; e)Uma coleção de máscaras; f) Numerosos cachimbos, dos quais muitos de modelo fantástico; g) Grupos mostrando animais e homens representando cena de uma lenda ou relato; h) Cabeça de cerâmica, não fazendo parte de uma estátua maior; i) Serpentes enrodilhadas; j) Estatuetas de mamíferos, muitas das quais representando animais do pleistoceno, tais como: rinoceronte, tapir, tatu, lhamas extintos, etc.; k) Placas gravadas com desenhos de répteis e outros animais; l) Objetos de cerâmicas imitando casca de arvore, mais freqüentemente com desenhos ocultos na textura da casca; m) Peixes e cavalos marinhos; n) Grandes estátuas humanas de 60 a 120 cm de altura; o) "Múmias" de 15 a 25 cm de altura, não se assemelhando às múmias egípcias; p) Grandes cabeças de homens ou de animais. q) Estatuetas talvez "maias"; r) Estatuetas sugerindo contatos com culturas oceânicas; s) Serpentes ou dragões; t) Alguns vasos de jade; u) Estatuetas de répteis: a categoria mais numerosa da coleção ( milhares), das quais muitas sugerem répteis do Mesozóico, e muitos outros objetos que não podemos classificar.
A teoria corrente, segundo a qual, os grandes répteis desapareceram há aproximadamente 70 milhões de anos e que o homem é de origem mais recente, condena automaticamente, para a maioria dos cientistas, as estatuetas e as placas que mostram homens em companhia destas criaturas. E como estes indígenas teriam conhecido o rinoceronte peludo, os cavalos e os camelos americanos etc. que desapareceram no fim da era pleistocênica, cerca de 10.000 a 12.000 anos? Fora disto, esta coleção representa um conhecimento mais extenso e uma imaginação mais vasta, que todo o conhecimento anterior ao século XIX ou pouco antes.
Numerosas culturas produziram obras de arte de uma qualidade e de uma imaginação maravilhosas, mas nenhuma civilização antiga produziu tantas coisas diferentes como a "cultura Julsrud".
A simples descrição da coleção exigiria numerosos volumes e toda uma vida. Mas se são falsas, porque foram feitas? Foram necessários anos de penoso trabalho para se fazer esta coleção. Dos numerosos trabalhos, tais como as "múmias", os cachimbos etc., são habilmente talhados, gravados e esmaltados, o que demonstra que esta produção vem de um excelente artista.
Julsrud deu a Tinajero um peso para cada estatueta íntegra que ele trouxesse. Por vezes, elas estavam quebradas e coladas. Se ele pagou a Tinajero mais de trinta mil pesos, durante 7 anos de trabalho e, se os objetos fossem falsos, os falsários haviam feito um mau negócio nessa troca. Trinta mil pesos não valem mais do que 18.000 francos, ou seja, pouco mais de 2.500 francos por ano, para os defraudadores interessados! Eles poderiam ter auferido algum lucro, provavelmente, exportando-as simplesmente como curiosidades mexicanas.
Os adversários de Julsrud disseram freqüentemente, aos pesquisadores como, por exemplo, o professor Charles Hapgood, que eles conheciam a família que fabricava os objetos na cidade, mas não forneceram nomes, nem endereço de uma oficina. Esta pareceu ser, entretanto, uma boa ocasião para que desferissem o golpe em Julsrud, porém nenhuma família de super-artistas deste gênero pôde ser encontrada em Acambaro, mesmo após buscas minuciosas. Julsrud declarou que haviam tentado insinuar uma peça, evidentemente falsa, em sua coleção a fim de desacreditá-la.
O professor Hapgood estava presente quando as escavações foram feitas, no local em que uma casa havia sido construída 25 anos atrás. O chefe de polícia de Acambaro residira nesta casa e nada indicava que alguém tivesse oportunidade de ocultar o que quer que fosse, sob a casa, depois de 1930.
Quarenta e quatro artefatos do tipo Julrusd foram descobertos desta vez ao lado de outros objetos de origem indígena. Nos dois hectares do terreno (agora largamente ocupado por cabanas de posseiros), outros achados semelhantes àqueles da coleção Julsrud foram encontrados tanto na superfície quanto em profundidade.
Em 1950, Charles C. DiPeso, da Fundação Ameríndia do Arizona, deu sua opinião sobre o ocorrido em Acambaro no seu artigo "Os monstros de argila de Acambaro", na revista Archeology, no verão de 1953. Ele passou desde o meio-dia até a manhã seguinte nesse local. Viu Tinajero e um ajudante que acabavam de desenterrar alguns objetos e pretende ter descoberto as provas da fraude. Tem-se, todavia, a impressão, em todo o seu artigo, de que ele estava muito decidido a apresentar provas. Por outro lado, as notas de DiPeso foram consideradas como as de "mentiroso ou imbecil". DiPeso pretendia que nenhum dos objetos apresentava sinais que indicassem que haviam sido enterrados há muito tempo.
Todavia, o professor Hapgood e Ivan T. Sanderson encontraram objetos e fragmentos de estatuetas que traziam incrustações de terra batida, marcas de pequenas raízes, cavidades cheias de terra e areia , indicando uma permanência no solo durante considerável período de tempo. O professor Hapgood observou que o costume do escavador de recobrir os depósitos de objetos parcialmente escavados, a fim de impedir que as crianças da vizinhança os roubassem à noite, pode ter introduzido DiPeso ao erro.
Outros cientistas, entre os quais Raymond C. Barber , do Museu do Condado de Los Angeles e o Dr. Eduardo Nogueira, assistiram à exumação real dos objetos. O primeiro é um mineralogista e o segundo foi diretor do Serviço de Monumentos Pré-Hispânicos no México. Não se encontrou nenhuma prova de fraude até este momento, mas pronunciou-se mais tarde pela fraude, em virtude da sua incapacidade de explicar as figuras de répteis ao lado dos homens!
DiPeso utilizou um outro método desagradável e pouco digno para desacreditar a coleção de Acambaro. Seu artigo em Archeology começou por dizer "Comentam-se estranhas histórias na pequena cidade da estrada de ferro de Acambaro... Elas falam de uma colina enfeitiçada onde se diz que o diabo deixou numerosas estatuetas de argila tão terríveis quanto bizarras, esparsas sobre o solo como que advertindo os mortais".
Se isto pode ser um excelente ponto de partida para uma história de terror , é sobretudo mau para um artigo que pretende apresentar uma apreciação honesta de uma descoberta cientifica; nem Hapgood, nem Sanderson fazem menção de rumores a respeito do diabo, nem histórias segundo as quais a colina seria "encantada".
De fato, os aventureiros começaram a se instalar nos locais enquanto se prosseguiam as escavações. O que faz julgar que os camponeses dos arredores não estavam nem um pouco preocupados com o "feitiço" deste lugar. DiPeso não poderia ter feito alusão a essa história da "colina enfeitiçada", senão para atentar deliberadamente desacreditar toda pesquisa sem consideração da verdade.
DiPeso complica igualmente a questão dizendo: "Estas estatuetas de cerâmica são em forma de brontossauro, Tiranossauro Rex, estegossauro, trancedonte, dimetronte e outros répteis do Mesozóico..... Mas o professor Hapgood apresenta fotos de centenas dessas estatuetas de répteis ao Dr. A. S. Romer, professor de Zoologia da Universidade de Harvard. Este declarou que elas não correspondiam a nenhuma espécie de dinossauro. Ele sugeriu que poderiam ter-se inspirado em répteis vivos da região. Aparentemente DiPeso não sabia reconhecer um tiranossauro.
Mas ainda há um ponto mais importante: recentemente se deu um acontecimento que indica claramente que os objetos de Julsrud sejam de uma antiguidade considerável. O professor Hapgood obteve fragmentos de uma estatueta, na qual partículas de matéria orgânica se encontravam inclusivas no momento em que elas foram feitas. Estes fragmentos foram enviados ao Laboratório De Datação através do Rádio-Carbono da Sociedade Isótopos, Inc., em Westwood , Nova Jersey , em setembro de 1968. Chegou-se a um resultado surpreendente: a matéria orgânica datava de 3.590 anos, com uma margem de erro de mais ou menos 100 anos! Isto significa que o objeto foi feito lá pelo ano 1600 a.C., ou, que alguns artistas indígenas mexicanos foram espertos para incluir um pouco de matéria orgânica muito antiga em algumas estatuetas.
Esta segunda hipótese parece ser extremamente duvidosa, principalmente porque a datação pelo rádio-carbono C-14 não foi conseguida a não ser nos últimos anos da década de 1940, e que não tinha sido vulgarizada quando a procura das estatuetas foi suspensa em 1952.
Talvez seja interessante notar que a idade avaliada, pela datação, de 3.600 anos, ou seja, 1600 a.C., recai neste estranho período entre 1.700 a 1.500 a.C. durante o qual tantas coisas aconteceram. Grandes catástrofes fustigaram o Mediterrâneo, a ilha vulcânica de Santorim explodiu, Creta e o Egito decaíram, na Índia a civilização do Vale do Indo desapareceu bruscamente . Numerosas lendas desses acontecimentos chegaram até nós. Se a datação pelo C-14 estiver correta, colocando as estatuetas de Acambaro nesse período, não haveria alguma relação entre as catástrofes sofridas por outras civilizações e a expansão da cultura Julsrud no México?
Em geral, as estatuetas de animais são freqüentemente modeladas com extraordinário senso de movimento, e pode-se habitualmente dizer o que elas estão supostamente representando, mas os pormenores são raramente especificados. Por exemplo, uma delas representa co muita evidencia uma forma de elefante. Parece ser muito semelhante a um elefante da Ásia, mas nenhum dos pormenores são modelados com exatidão. Se ela representa um elefante da Ásia, parece pouco provável que um mexicano da antigüidade possa ter visto um. Será mais provável que ele tenha visto um mamute vivo, mas a estatueta não se assemelha a um mamute é verdade, todavia, que, em 1931, a cidade de Acambaro tinha em sua praça principal uma fonte encimada por uma grosseira estátua de elefante.
Uma outra curiosidade da coleção, da qual não temos infelizmente boas fotos, provém de animais fabulosos cujas diferentes partes são mescla de feitios muito diversos. Alguma das formas humanóides têm igualmente línguas bifurcadas, mãos e pés como que espalmados, etc. Em resumo, aí vemos a imaginação humana em pleno delírio.
Mr. Julsrud explanava por sua vez, a teoria de que esta coleção se achava num museu asteca em Tecnochtitlan, e que ela provinha da Atlântida antes de sua destruição. Quando os espanhóis chegaram ao México a coleção foi transferida, supõem-se, para Acambaro e enterrada pelos astecas. A maneira como Tinajero explicou o achado dos objetos foi curiosa. Pareciam existir bolsões com numerosas estatuetas, todas elas misturadas. Nenhum jazigo humano parecia associado a esses bolsões de estatuetas. No entanto, seis crânios humanos foram encontrados nas cercanias e estes pareciam apresentar fortes diferenças de dolicocefalismo (mais longo do que largo) e branquicefalismo (mais largo do que longo); porém é o que se deve esperar entre as civilizações ameríndias. Infelizmente, esses crânios não foram estudados de forma aprofundada até hoje.
Parece que esta pesquisa desordenada de Acambaro não tem fim. O professor Hapgood estava igualmente presente, então, numa escavação da granja do coronel Muzkiz . Daí em diante, algumas pesquisas nesta granja haviam encontrado cerâmicas tarascanas e "um enorme crânio encontrado numa profundidade considerável, junto a uma grande pedra chata". Pode-se pensar que este crânio era de um mamute pois esses fósseis abundam na região. Com efeito, um esqueleto de mamute foi encontrado perto do local de onde provieram as estatuetas de Acambaro e enviado à cidade do México. A associação do crânio com uma pedra chata faz-nos supor que os homens da região talvez tivessem algo relacionado com o culto do crânio.
O professor Hapgood decidiu reabrir a escavação onde o crânio fora descoberto. Notou que a terra era macia e poeirenta ainda que a escavação tivesse sido coberta 4 ou 5 anos antes. A pedra chata não foi reencontrada, porém encontrou-se algo mais extraordinário: uma escada introduzia-se pelo solo adentro! O Coronel lembrou-se de que na escavação precedente havia encontrado vestígios de um subterrâneo escavado na colina. A escada estava recoberta de materiais vulcânicos entulhando-a, e infelizmente, nem o tempo nem os meios permitiram prosseguir mais longe na escavação. Pode-se perguntar o que se achava no topo da escada que se insinuava numa colina já que essa apresentava tantas coisas estranhas quase à sua superfície!
O professor Hapgood soube que um certo Sr. Ferro, de São Miguel de Allende, encontrou numerosas estatuetas e tinha vendido mais de 1.500 para turistas por muito bom preço. Ele possuía uma lojinha na Escola de Arte Americana da cidade. Julgava distinguir as antigüidades "autênticas" das "falsas". Em suas prateleiras via-se mais de uma dúzia de objetos muito semelhantes aos de Julsrud, e compreendia um fragmento de máscara, uma mulher de pé sobre um lagarto, um gigante com um réptil, uma mulher com uma cauda de peixe e quatro grupos. Hapgood foi-se, então, com Ferro ao local onde haviam feito as descobertas e constatou que era nas pirâmides de São Miguel de Allende!
Covas de uma vintena destas pirâmides mostravam onde Ferro havia desenterrado os objetos que vendia e, aí, as estatuetas estavam frequentemente descobertas nas tumbas, contrariamente a Acambaro. Ali, conseqüentemente, localizava-se uma outra fonte de estatuetas do tipo de Julsrud, mas a maioria delas estava irremediavelmente dispersa entre os numerosos colecionadores americanos. Curiosamente, pelo fato de que algumas falsas estatuetas tenham sido encontradas nesta região, todos os objetos provenientes da região foram igualmente considerados "falsos" pelas autoridades arqueológicas.
O professor Hapgood crê que os achados de São Miguel Allende se propaguem a fim de dar crédito à validade dos objetos de Acambaro. Deve-se igualmente observar que as figuras bizarras de cerâmica não são limitadas ao México Central. Horst Nachtigal apresenta, na sua obra "As culturas megalíticas americanas” (Dietrich Reimer Verlag, Berlim, 1958), uma espécie de lagarto em cerâmica, proveniente de La Plata, que evoca algumas das criaturas fantásticas da coleção de Acambaro.
A qual conclusão poderemos então chegar? Existem muitos dados que provam que as estatuetas de Acambaro podem muito bem ser de uma antiguidade considerável. Entretanto, é difícil admitir que tenha havido uma cultura indígena no México Antigo que tivesse conhecimento extenso dos grandes répteis e dos animais do Pleistoceno, já que estes foram descobertos recentemente, e que esta civilização tivesse produzido objetos tão similares aos de muitas outras culturas.
Talvez a aplicação, nestas cerâmicas, de certos testes recentemente descobertos, tais como a fluoroscopia de raios-x ou a termoluminiscência, auxiliará a estabelecer a idade aproximada destes objetos. É concebível que alguns dos objetos da coleção pudessem ser falsos, isto é, não datando mais de 100 anos, ao passo que os outros teriam milhares. Portanto, o teste C-14 já indicou uma datação de 3.600 anos anteriores à nossa era, que os arqueólogos, pelo que sabe o autor, ignoram totalmente. Com outros testes teriam melhor sorte?
E o que pensar dos dentes do cavalo extinto do Pleistoceno, Equus conversidens Owen? Como se misturaram eles à coleção? O que representam as estatuetas que parecem ser cavalos, talvez cavalos do Pleistoceno? Poderia haver uma relação entre os dentes e as estatuetas de cavalos? Um indígena do México Antigo teria criado o cavalo a partir de seus dentes? Ou o teria visto vivo? Ou não passa de um exemplo sutil do falso?
Sanderson assim resume sua análise: pode ser que o velho senhor (Julsrud) tenha feito uma das maiores descobertas de todos os tempos, por acaso, pode ser que ele tenha sido totalmente logrado durante muitos anos por uma ou várias pessoas que nada mais desejavam que um modesto rendimento...; nossa conclusão não pode mesmo ser senão provisória: na pior das hipóteses temos uma coleção extraordinária de objetos de arte, mas se ela é autenticamente antiga poderia modificar nossa idéia acerca da história e da cultura do México Antigo.
Fonte: "O Livro do Inexplicável" de Jacques Bergier - Editora Hemus
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